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Os projetos PIB/FIP no contexto da conservação do solo

 

Desde 1990, o Brasil comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo em 15 de abril. A data propõe uma reflexão sobre a importância do solo e aponta para a necessidade de sua conservação.

O solo é uma importante testemunha das transformações sofridas pelo planeta Terra nos últimos 4,5 bilhões de anos. Após inúmeros ciclos de mudanças, é do solo que hoje extraímos muitas das riquezas de que dependemos: alimentos, minérios, fontes de energia.

Os projetos do Plano de Investimentos do Brasil para o Programa de Investimento Florestais (PIB/FIP) respeitam o papel fundamental do solo, seja na sua nobre função de produzir alimentos, seja na sua capacidade de contribuir para o equilíbrio do clima do Planeta. Para isso, incentivam diversas ações de valorização do solo no bioma Cerrado, como a produção sustentável em áreas já convertidas para uso agropecuário, a ampliação da capacidade do Brasil de monitorar o desmatamento e os riscos de incêndios florestais e a realização do inventário de seus recursos florestais.

 

SOLOS DEGRADADOS

Segundo o relatório A situação mundial da Terra e dos recursos hídricos para alimentos e agricultura: sistemas em ponto de ruptura, lançado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no final de 2021, 33% do solo no mundo sofre degradação moderada ou alta.

A degradação do solo é resultado de alterações em suas propriedades químicas, físicas e/ou biológicas. Um solo degradado tem reduzida a sua capacidade produtiva, devido à perda de fertilidade, além da diminuição da capacidade de captação de carbono, impactando significativamente nas mudanças climáticas.

 

OS PROJETOS FIP-ABC E FIP-PAISAGENS RURAIS

Os projetos FIP-ABC e FIP Paisagens Rurais apostam na disseminação de tecnologia de baixa emissão de carbono na agropecuária, junto a produtores rurais do Cerrado. O bioma cobre uma área de aproximadamente 204 milhões de hectares e, nas últimas décadas, vem sofrendo com altas taxas de conversão do uso do solo para atividades como agricultura, pastagem e silvicultura. Nesse sentido, tem sido considerado área prioritária de ações de conservação e de recuperação de pastagens degradadas.

O Projeto FIP-ABC capacitou cerca de 7.800 proprietários rurais que possuem pastagens degradadas, apostando na adoção de quatro tecnologias preconizadas pelo Plano ABC: sistema plantio direto; recuperação de pastagens degradadas; integração lavoura-pecuária-floresta; e plantio de florestas comerciais. Entre 2014 e 2019, o Projeto contribuiu para a adoção de pelo menos uma dessas tecnologias em mais de 90 mil hectares do Cerrado.

Já o Projeto FIP Paisagens Rurais, de início mais recente e fortemente impactado pela pandemia, alcançou mais de 50 mil hectares de área de Reserva Legal (RL) e/ou Área de Preservação Permanente (APP) com a adoção de práticas de conservação e restauração florestal. O projeto beneficiou, ainda, outros 35 mil hectares com práticas agrícolas de baixa emissão de carbono, com manejo sustentável em áreas produtivas da propriedade. São áreas que incorporaram e/ou melhoraram, pelo menos, uma das seguintes práticas: restauração de pastagens degradadas, intensificação da pecuária, sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e sistema lavoura-pecuária.

Ambos os projetos contribuem fortemente para a melhoria da qualidade do solo no bioma Cerrado, a partir da incorporação de técnicas modernas que alinham maiores índices de fixação de carbono com a redução de emissões na cultura. A mudança de um solo degradado para um solo recuperado repercute no aumento da biodiversidade no solo, maior capacidade de resistência às estiagens, melhoria da fertilidade e resiliência das lavouras, dentre outros benefícios.