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Equipe e parceiros do FIP Paisagens Rurais participam de missão de supervisão do Banco Mundial

Reunião on-line: representatividade

De 17 a 20 de maio, cerca de 35 pessoas participaram da quinta Missão de Apoio à Implementação e Supervisão do Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado. O encontro on-line reuniu todas as instituições e parceiros envolvidos na implementação e execução do projeto FIP Paisagens Rurais, como é conhecido.

As missões de supervisão, que acontecem duas vezes por ano, são momentos de revisão, avaliação do que já foi executado e planejamento das próximas etapas do projeto.

“Essa diversidade de atores presentes aqui na missão é um retrato do desafio que temos com a implementação do projeto porque a gestão integrada da paisagem só se faz com a integração de esforços, diferentes olhares, diferentes áreas de formação e diferentes interesses dentro de um espaço geográfico definido”, disse Bernadete Lange, especialista ambiental sênior e gerente do projeto pelo Banco Mundial.

O FIP Paisagens Rurais tem como objetivo fortalecer a adoção de práticas de conservação e recuperação ambiental e práticas agrícolas de baixas emissões de carbono em bacias hidrográficas selecionadas no bioma Cerrado. Ele é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal (FIP, na sigla em inglês), através do Banco Mundial.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são os coordenadores do projeto. A execução é realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e pela agência de cooperação técnica alemã (GIZ), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e Embrapa.

Participando da abertura da reunião, a diretora de produção sustentável e irrigação do Mapa, Mariane Crespolini destacou a relação do projeto com as bases conceituais do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária. O chamado ABC+, com vigência até 2030, tem como objetivo avançar nas soluções tecnológicas sustentáveis para a produção no campo e a melhoria da renda do produtor rural, com foco no enfrentamento da agropecuária às mudanças do clima.

A diretora do Mapa destacou a sinergia de objetivos e ações entre as duas iniciativas e os reflexos do fortalecimento de políticas públicas voltadas para a sustentabilidade do setor agropecuário. O auditor fiscal federal agropecuário e coordenador do projeto pelo Mapa, Sidney Medeiros, acompanhou todos os dias da missão.

GANHOS AMBIENTAIS

As ações do projeto FIP Paisagens Rurais têm como foco apoiar a regularização ambiental dos imóveis rurais e otimizar as áreas de pastagens, a partir de práticas agropecuárias de baixas emissões de carbono, e assim incentivar a gestão integrada da paisagem. A iniciativa também tem como objetivo final o aumento da renda do proprietário rural associada a ganhos ambientais.

“Esse projeto nos ajuda a pensar na regularização ambiental de forma transversal, não somente do ponto de vista legalista, mas na construção de uma agenda de fomento e de restauração ambiental. Estamos em um momento bastante oportuno para conectar essas diversas frentes e fomentar iniciativas tão importantes para o setor florestal”, avaliou João Adrien, diretor de Regularização Ambiental do SFB.

Também acompanharam a missão a coordenadora-geral de Apoio aos Estados da Diretoria de Regularização Ambiental do SFB, Jaine Cubas; Lilianna Mendes, analista da Diretoria de Regularização Ambiental do SFB, e Marcus Vinicius Alves, um dos gestores do projeto pelo SFB.

Uma das principais ações realizadas pelo FIP Paisagens Rurais, nos primeiros meses deste ano, e que teve destaque na missão, foi a organização e promoção de oficinas nos estados atendidos. De março a maio, os encontros mobilizaram Bahia, Maranhão, Tocantins e Goiás. Em junho, será a vez de Mato Grosso do Sul. Nesses eventos virtuais, foi possível destacar avanços na agenda de regularização ambiental de cada estado, e fortalecer a articulação do projeto com as secretarias e órgãos estaduais.

DESAFIOS

Ao longo dos quatro dias de missão, a equipe analisou temas como avanços dos componentes, indicadores, comunicação, monitoramento de salvaguardas, gestão financeira, gestão de aquisições, pontos críticos para implementação e planejamento para a revisão de meio termo do projeto, a ser realizada no segundo semestre de 2021.

O diretor do Programa Biodiversidade, Florestas e Clima da GIZ no Brasil, Jens Brüggemann, participou da abertura dos trabalhos. “Acredito que, com esse projeto, poderemos conhecer e mergulhar ainda mais no desafio de melhorar a integração de diversas abordagens para avançar na agenda da regularização ambiental no país. O esforço da cooperação técnica alemã é abrir possibilidades e ajudar o produtor a ter consciência e uma produção sustentável”, declarou. Também acompanharam a missão consultores e técnicos da agência e o gestor do projeto pela GIZ, Taiguara Alencar.

Os impactos da pandemia na execução do projeto também foram tema de discussão e alinhamento de ações. A conclusão é que o período de trabalho remoto forçado trouxe um grande aprendizado. “Mesmo durante a pandemia, as ações do FIP Paisagens Rurais não pararam e os resultados mostram que o produtor rural participante adotou tecnologias de produção de baixa emissão de carbono e, também, recuperação áreas de preservação ambiental”, afirmou o assessor técnico do Senar Rafael Nascimento da Costa.

Segundo ele, nas 10 bacias hidrográficas que a entidade atua com Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), tanto os produtores da cadeia do leite quanto os pecuaristas de corte implantaram tecnologias de baixa emissão de carbono como a recuperação de pastagens degradadas. Do lado da conservação, os produtores utilizaram técnicas de regeneração natural e plantio de mudas de espécies nativas para recuperação, principalmente, de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Atualmente, 2.147 propriedades estão sendo atendidas pelo projeto, que segue a sua execução até dezembro de 2023. A meta é alcançar 4 mil beneficiários.

CONHECIMENTO E MONITORAMENTO

O arranjo institucional do projeto FIP Paisagens Rurais também conta com duas unidades da Embrapa na sua composição. O pesquisador da Embrapa Cerrados José Felipe Ribeiro destacou a importância da transferência de conhecimentos que está na base do projeto e fez um relato dos dois cursos de capacitação online voltados para os técnicos que atuam em campo.

A Embrapa Informática Agropecuária, com o pesquisador Alexandre Coutinho, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o pesquisador Claudio Almeida, desempenham papel fundamental no projeto. Por meio da plataforma desenvolvida pelas duas instituições, o TerraClass Cerrado, será possível realizar o mapeamento e monitoramento da paisagem ao longo das ações do projeto. A parceria já realizou o mapeamento do ano base 2018 e mais dois estão previstos até o final do projeto.

FIP Paisagens Rurais

O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embrapa.