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Equipes de campo recebem capacitação técnica

O FIP Paisagens Rurais prevê a recuperação de 100 mil ha de pastagens degradadas. Foto: Senar

Cerca de 40 técnicos de campo e supervisores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) acompanharam, na última quinzena de julho, um curso virtual de recuperação produtiva de pastagens e recomposição da vegetação nativa. A capacitação foi coordenada por pesquisadores da Embrapa Cerrados, no âmbito do projeto FIP Paisagens Rurais.

“Nossa expectativa é que eles consigam identificar as principais características do ambiente físico e biológico que precisa recompor, para que sejam capazes de detectar áreas degradadas ou não e as formas dessa degradação. Discutimos com os técnicos as principais estratégias e métodos disponíveis para o bioma Cerrado, para que eles proponham projetos de recomposição para esses ambientes”, explicou o pesquisador José Felipe Ribeiro, da Embrapa Cerrados.

Para a capacitação, as equipes foram divididas em dois grupos: revisão e iniciantes. A primeira turma teve duração de três dias e foi voltada para profissionais já capacitados anteriormente. O objetivo da revisão era promover discussões a partir da realidade identificada nas experiências de campo, dentro das propriedades que já são atendidas pelo Senar no projeto.

No módulo para iniciantes, com duração de quatro dias, a ideia era preparar as equipes que terão o primeiro contato com os produtores e explicar a proposta do projeto e como executá-lo em campo. “Como o projeto atua na gestão integrada da paisagem, estimulamos que técnicos e produtores tenham essa visão mais completa da propriedade, pensando não somente nas questões produtivas e econômicas, mas trabalhando também dentro desse quesito as estratégias viáveis para aliar produtividade e sustentabilidade”, afirmou a coordenadora técnica do projeto FIP Paisagens Rurais no Senar, Bárbara Evelyn Silva.

No curso virtual, foram apresentados elementos que compõem a gestão integrada da paisagem e técnicas para identificação dos níveis de degradação, tecnologias e estratégias utilizadas para manejo e recuperação de pastagens degradadas e de recomposição da vegetação nativa, por exemplo, além de tipos de arranjos que podem ser trabalhados.

RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS

“O objetivo do projeto Paisagens Rurais é exatamente a recuperação de passivos nas áreas produtivas bem como nas áreas ambientais e de vegetação nativa. Então nosso objetivo principal com o curso, assim como nos anteriores, é passar informações sobre tecnologias, processos, métodos e estratégias de recuperação de pastagens degradadas e recuperação de áreas de vegetação nativa”, explica Luiz Adriano Cordeiro, pesquisador da Embrapa Cerrados e um dos professores do curso.

Segundo ele, os participantes do curso serão capazes de elaborar projetos e planos de adequação que restaurem a capacidade produtiva da atividade pecuária e a capacidade regenerativa de áreas onde é necessário fazer a recomposição da vegetação nativa.

“Foi uma oportunidade para reforçar os conhecimentos sobre as técnicas de identificação do grau de degradação das pastagens e como evitá-las. Fomos munidos de conhecimento através das entregas dos pesquisadores da Embrapa e com ferramentas, como o aplicativo Pasto Certo e o site Web Ambiente, para, assim, contribuirmos com o produtor rural na produção sustentável”, avaliou Edson Cardoso, supervisor técnico pelo projeto no Senar/GO.

O FIP Paisagens Rurais prevê a recuperação de 100 mil hectares de pastagens degradadas e de sete mil hectares de Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais em quatro mil propriedades rurais, nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins.

“A Embrapa entra nesse projeto para aportar um conhecimento técnico, teórico e, também, com casos práticos das principais soluções tecnológicas existentes para promover a recuperação ambiental e produtiva. Para isso, entendemos que precisamos focar nas pessoas como agentes de transformação”, enfatizou Giovana Maciel, pesquisadora da Embrapa Cerrados.

Para ela, principalmente os técnicos de campo. “São eles que passam informação para os produtores e ajudam no processo educativo para a melhoria de toda a paisagem rural”, finaliza.

FIP Paisagens Rurais: o projeto

O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial. A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar, da Embrapa e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).