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Estudo mostra redução de 26,8 mi de hectares de pastagens degradadas após adoção de agropecuária com baixa emissão de carbono

Pastagem recuperada. Foto: iStock/Mapa

Estudo realizado pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG) avaliou, com base na classificação automática de imagens de satélites da série Landsat, o grau de degradação das áreas de pastagens no Brasil no período de influência do Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono).

Foi verificada a expressiva redução no número de propriedades com áreas de pastagens com degradação severa e moderada entre 2010 e 2018.

O estudo, que recebeu apoio do Programa de Investimento Florestal (FIP), financiado pelo Fundo Estratégico do Clima, aponta uma recuperação de 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas, entre 2010 a 2018, número bem superior à meta estabelecida pelo Plano ABC, de 15 milhões de hectares. A área recuperada é maior que o território do Reino Unido, que tem aproximadamente 24,2 milhões de hectares.

“O FIP contribuiu para esse resultado tão importante, alcançando e até superando seus objetivos com o FIP ABC Cerrado”, afirmou o auditor fiscal federal agropecuário e coordenador do projeto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sidney Medeiros.

No âmbito do Plano de Investimentos do Brasil (PIB) para o FIP, o projeto ABC Cerrado contribuiu , entre 2014 e 2019, com o aporte de 10,72 milhões de dólares para a recuperação de pastagens no bioma Cerrado. Outro projeto da mesma carteira, o FIP Paisagens Rurais, que está em andamento, investe 21 milhões de dólares e tem por objetivo atender 4 mil proprietários rurais com assistência técnica e gerencial (ATeG) para produção sustentável, até 2023.

O aumento na qualidade das pastagens pelo Plano ABC foi mais expressivo nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e também o estado do Tocantins. A recuperação ocorreu principalmente no bioma Cerrado, onde houve maior investimento do Plano ABC.

Nas áreas de contratos do Plano ABC para Recuperação de Pastagens Degradadas, a área total com pastagens classificadas como Degradação Severa reduziu de 34,3% para 25,2% no período avaliado. A análise de cerca de 5,5 milhões de propriedades, conforme os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), também sugere um aumento nas áreas de pastagens classificadas com Degradação Leve e Não Degradada. Em termos proporcionais, e considerando este conjunto de propriedades, o aumento mais expressivo de aproximadamente 94,7 % foi para a classe Não Degradada.

Segundo a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros) do Mapa, Mariane Crespolini, o estudo é pioneiro no país. “Ele nos permite avaliar a efetividade da política pública e o quanto os produtores rurais, quando incentivados, são capazes de corresponder adotando práticas sustentáveis de produção”, diz Mariane.

“Comparando os dados obtidos em 2010 com as informações de 2018, foi observada uma melhora na qualidade das pastagens no período avaliado, com redução no percentual de área em todas classes de indícios de degradação, ao mesmo tempo em que houve aumento no percentual de áreas sem indícios de degradação”, aponta o estudo, coordenado pelo pesquisador Dr. Laerte Guimarães Ferreira Júnior da UFG.

As áreas totais ocupadas por pastagens em 2010 e 2018 foram de aproximadamente 171,6 e 170,7 milhões de hectares, respectivamente. “Estes números indicam uma estabilização na área total ocupada na última década, que de fato vem ocorrendo e é evidenciado por uma melhora na condição das pastagens”, diz o relatório do Lapig/UFG.

PLANO ABC

O Plano ABC é uma política nacional focada em estimular a agricultura sustentável. A iniciativa foi lançada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 15), realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca.

No primeiro trimestre do atual ano-safra (julho a setembro de 2020), as áreas agropecuárias com tecnologias de redução dos gases do efeito estufa financiadas pela linha de crédito do Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) passaram de 245 mil hectares para 485,1 mil hectares, crescimento de 97,9% em comparação ao mesmo período de 2019.

FIP ABC Cerrado

O projeto FIP ABC Cerrado é um dos oito projetos da carteira do FIP no âmbito do Programa de Investimentos do Brasil financiado pelos Fundos de Investimentos para o Clima (CIF) e implementado por meio do Banco Mundial.

O objetivo do PIB/FIP é apoiar planos e programas nacionais com foco na redução do desmatamento e na diminuição da pressão pelo desflorestamento no Cerrado, segundo maior bioma do Brasil.

O FIP ABC e o FIP Paisagens Rurais promovem a adoção de práticas sustentáveis agrícolas de baixa emissão de carbono por produtores agropecuários de pequeno e médio porte no Cerrado. Para isso, foi implementado um programa piloto de treinamento e assistência técnica com o objetivo de reduzir a lacuna de conhecimento tecnológico.

Assessoria de Comunicação do FIP Coordenação, com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.