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Parceiros do FIP Paisagens Rurais se reúnem para missão de supervisão do Banco Mundial

Reunião on-line com gestores e parceiros do FIP Paisagens Rurais

A quarta Missão de Supervisão do Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro. O encontro, realizado virtualmente, teve como objetivo analisar o alcance dos indicadores do projeto em 2020, identificar o impacto da pandemia nas atividades e discutir o planejamento de ações para o próximo ano.

O projeto Paisagens Rurais, como é conhecido, tem como objetivo fortalecer a implementação de práticas agrícolas de conservação ambiental, restauração de pastagens e técnicas de baixas emissões de carbono em propriedades selecionadas do bioma Cerrado. Ele integra o Programa de Investimento Florestal (FIP, na sigla em inglês), financiado pelo Banco Mundial.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são os coordenadores do projeto. A execução é realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e pela agência de cooperação técnica alemã (GIZ), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e Embrapa.

As missões de supervisão, que acontecem duas vezes por ano, são momentos de revisão, avaliação do que já foi executado e planejamento das próximas etapas do projeto. Como não poderia ser diferente, o impacto da pandemia nas ações deste ano e nos planos para 2021 foi tema da maior parte das discussões. Mesmo neste contexto adverso, os parceiros do projeto mostraram que as ações não pararam.

O coordenador-geral de Fomento e Inclusão Florestal do SFB, Fernando Castanheira, destacou avanços na regularização ambiental e na gestão e monitoramento da paisagem, que foram reforçados com a contratação de consultorias para apoiar o desenvolvimento de soluções, compilação de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e soluções de geoprocessamento, bem como para apoiar o processo de comunicação do Projeto. De acordo com Castanheira, o projeto está em sintonia com os esforços do governo federal para a implementação do Código Florestal e adiantou próximas ações junto aos estados.

“Tivemos que remodelar a estratégia do projeto na agenda com os estados, que é fundamental para que os produtores rurais tenham seu CAR avaliado. Estamos buscando soluções dentro das nossas possibilidades técnicas e políticas, com arranjos de forma mais articulada. Também destacamos a questão da gestão integrada da paisagem porque, para nós, o projeto vai muito além de metas e indicadores e a mudança na paisagem será o legado mais importante que ele deixará”, avaliou Castanheira.

Uma gestão integrada possibilita o aproveitamento dos serviços oferecidos em cada uma das áreas que compõem a paisagem, sejam elas destinadas à produção agropecuária, à manutenção da biodiversidade, à regulamentação e à combinação delas. A iniciativa também tem como foco o aumento da renda do proprietário rural associada a ganhos ambientais.

As atividades do projeto ocorrerão em 10 bacias hidrográficas, definidas como as unidades de paisagem do projeto. Estas bacias possuem a predominância de atividades pecuárias, com grande parte da sua área ocupada por pastagens degradadas e passivos ambientais relacionados a APP e Reserva Legal. A recuperação destas áreas será realizada pelo proprietário rural, com orientação fornecida por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), metodologia desenvolvida pelo Senar.

PANDEMIA

“A espinha dorsal do projeto é a atividade de campo, portanto nossa maior dificuldade neste ano foi realmente com a pandemia porque foi necessário ajustar todo o calendário e desenvolver treinamento à distância, ferramentas digitais e outras habilidades”, analisou o auditor fiscal federal agropecuário e coordenador do projeto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sidney Medeiros.

A pandemia dificultou a realização de trabalhos de campo que estavam planejados e influenciou na contratação e no treinamento de técnicos e extensionistas do Senar. Mesmo com o cenário desafiador, Bárbara Evelyn Silva, coordenadora técnica do projeto no Senar, destacou que 104 profissionais foram contratados e que ao longo do ano foram realizadas 16 capacitações, 7 webinars e duas lives de conteúdo relacionado ao projeto.

“No ano que vem, ainda estaremos lidando com restrições geradas pela pandemia e situações críticas, que precisam ser monitoradas para reduzir os impactos na execução do projeto, mas principalmente para proteger e garantir a saúde de todos os envolvidos, seja em campo, nas cidades ou virtualmente. Nossa primeira preocupação deve ser com a segurança e a saúde”, afirmou Bernadete Lange, gerente do projeto Paisagens Rurais pelo Banco Mundial .

Até o momento, 1.708 propriedades estão sendo atendidas e a meta é chegar a quatro mil propriedades rurais no próximo ano. O projeto atua em sete estados do bioma cerrado: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, totalizando atendimento em 29 municípios na área de abrangência das bacias hidrográficas selecionadas.

O pesquisador da Embrapa Cerrados José Felipe Ribeiro, que também atua na preparação dos técnicos de campo, destacou a realização de cursos de capacitação virtual e a elaboração de materiais técnicos e didáticos. Outro destaque será o lançamento de um guia com 300 espécies que podem ser usadas para a recuperação da vegetação.

Representantes do Inpe e da Embrapa Informática apresentaram avanços no aprimoramento da plataforma para execução compartilhada dos trabalhos de mapeamento e da reta final do projeto de Mapeamento do Uso e Cobertura Vegetal do bioma Cerrado, TerraClass Cerrado.