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Oficina apresenta projetos não governamentais no terceiro e último dia
O terceiro dia da Oficina de Monitoramento do Programa de Investimento Florestal (FIP) no Brasil finalizou o encontro on-line com debate entre os representantes dos oito projetos da carteira. Neste último dia, apresentaram resultados os projetos da carteira executados pelo terceiro setor: FIP DGM e FIP Macaúba.
Para a gerente dos projetos FIP pelo Banco Mundial, Bernadete Lange, a Oficina mostrou que é possível manter a conexão e sinergia mesmo em tempos de distanciamento social. “É importante manter essa troca de conhecimento. Foram três dias bem produtivos com compartilhamento de informações riquíssimas que mostraram a relevância do FIP Brasil na promoção de uma gestão mais sustentável no Cerrado”, destacou.
O DGM (Mecanismo de Doação Dedicado a Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais) é o primeiro fundo global com o propósito de apoiar essas populações na conservação natural dos seus territórios, estando presente em 13 países.
No Brasil, a agência executora é o Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA- NM), localizada em Montes Claros, MG. Com início em 2015 e um aporte de U$ 6,5 milhões, as ações são distribuídas em 85 municípios de seis estados do bioma Cerrado.
Atualmente, o DGM Brasil atende cerca de 35 mil pessoas, já promoveu a proteção de 73 nascentes e realizou 30 cursos de capacitação com parceiros como Embrapa e Universidade de Brasília (UnB).
O coordenador do FIP DGM Brasil, Álvaro Carrara, destacou que 50% dos projetos estão concluídos. Após a pandemia, o Comitê Gestor Nacional decidiu por desenvolver ações de apoio às comunidades. “Para enfrentar os impactos da pandemia, disponibilizamos apoio emergencial a 2.034 famílias e 36 organizações, no valor de R$ 479.298 mil reais”, disse.
MACAÚBA
O FIP Macaúba é desenvolvido pela empresa Inocas e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no âmbito do Fundo de Investimento pelo Clima (CIF). Atua na região do Alto Paranaíba, com sede em Patos de Minas (MG), desde 2015, tendo começado as atividades de campo em 2018.
A ideia que culminou no projeto FIP Macaúba nasceu de uma provocação da empresa aérea Lufthansa sobre a existência de alternativas para a produção em larga escala de óleos vegetais e de forma sustentável, visto que aviões são responsáveis por grande parte das emissões de gases de efeito estufa.
Esta provocação permitiu a liberação de recursos da União Europeia para uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Leuphana, na Alemanha, em busca de uma solução. Após três anos de pesquisa, a resposta foi encontrada na macaúba, que já ocorria naturalmente nas pastagens do Cerrado brasileiro.
O assessor da diretoria Vitor Salomão apresentou os números alcançados até o momento. “Compramos 130 toneladas de coco macaúba no ano passado e este ano pretendemos coletar e comprar 500 toneladas. O objetivo é chegar a 1,5 mil toneladas todos os anos, provenientes da coleta extrativista; criamos um laboratório de germinação para a produção de mudas, um dos desafios do projeto, e plantamos 500 hectares de macaúba dos 2 mil planejados em sistema de consórcio com pastagem e outras lavouras, em parceria com agricultores familiares. Neste ano plantaremos mais 400 hectares. Além disso, estamos montando uma agroindústria para o processamento dos frutos”, enumerou. Os produtores locais assinam contratos de parceria de 20 anos com a Inocas.
A Oficina prosseguiu com perguntas dos participantes aos representantes do dia e identificação de novas sinergias possíveis. O Seminário Internacional FIP pelos 10 anos do programa, a ser realizado em 2021, foi lembrado pelo engenheiro florestal Pedro Bruzzi Lion, da Funatura, parceira do Ministério do Meio Ambiente na execução do FIP Coordenação. Pedro aproveitou para agradecer a todos e todas presentes pelos três dias de rico debate.